Um caminhão foi flagrado na manhã desta terça-feira (30) despejando chorume oriundo do Pará, na Estação de Tratamento no bairro Pirajá,na Zona Norte de Teresina.
O ambientalista Dionísio Carvalho fez a denúncia ao delegado Emir Maia da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente ( DPMA), pois segundo ele, o local não teria condições de fazer o tratamento desse material que possui níveis altíssimos de nitrogênio, de demanda bioquímica de oxigênio, de cobre, não compatível com a quantidade adequada.
“Fizemos análises químicas em laboratório na saída de efluentes da ETE – Estação de Tratamento de Efluente da empresa no bairro Pirajá. Na análise, identificamos metais pesados e várias taxas fora dos padrões permitidos pela Lei” disse Dionísio Carvalho.
A assessoria de imprensa da Águas de Teresina informou que realiza tratamento biológico do chorume e que tem autorização para receber e tratar o chorume na proporção de até 1%.
“O chorume está vindo do Pará, mais precisamente do aterro de Marituba. É um líquido preto, fedorento e altamente contaminante. Os diretores desse aterro já foram presos por crime ambiental no Pará. Vamos a fundo saber como eles conseguiram essa autorização para trazer esse resíduo de outro estado” , disse o ambientalista.
De acordo com o ambientalista, a ETE do Pirajá não tem capacidade de tratar esse chorume e que providências já foram tomadas: “Nossas análises apontam o crime ambiental e já fizemos o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes”.
Segundo o delegado Emir Maia, os advogado do Águas de Teresina apareceram e disseram que eles têm licença para despejar na Estação de Tratamento do Pirajá até 1% da quantidade total de despejo

“Fomos ao local, os peritos da Seman apareceram , foi feito notificação” , informou o delegado Emir Maia.
O delegado esclareceu que ainda não se sabe se a quantidade despejada está acima ou não do permitido, por isso, não houve prisão em flagrante de delito, mas informou, que os dejetos serão analisados: “Estamos estaurando procedimento para apurar através do perícia do Estado a análise dos dejetos sólidos e amanhã vamos receber os documentos por parte da Equatorial” , afirmou o delegado
“Se confirmar que há um descarte acima de 1% será caracterizado de crime . O que me chama a atenção é que esses dejetos são oriundos do Pará e que está sendo despejado aqui no Piauí”, acrescentou.
A assessoria da Águas de Teresina diz ainda que o processo não prejudica o meio ambiente e está à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações necessárias.
Confira a nota na íntegra:
A Águas de Teresina esclarece que atua dentro das normas legais e contratuais vigentes e que todos os seus sistemas operacionais se encontram legalizados e licenciados.
O chorume é um resíduo proveniente do lixo, sendo que uma das formas de tratamento é o tratamento biológico, realizado em estações em baixos percentuais. A ETE Pirajá tem autorização e capacidade para receber e tratar chorume na proporção de até 1% em relação à vazão de esgoto sanitário, com licença emitida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAR) e validada Agência Reguladora de Serviços Públicos de Teresina (ARSETE).
A Águas de Teresina reforça que o processo não prejudica o meio ambiente e está à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações necessárias. A empresa realiza controle rigoroso no tratamento do material recebido, com análises sistemáticas na entrada e saída dos efluentes, cujos parâmetros atendem integralmente as normas vigentes. É importante reforçar que as análises precisam seguir um rigoroso protocolo durante a sua execução, considerando locais de coleta e laboratórios acreditados para não apresentar distorções ou laudos inconclusivos.
A concessionária reafirma o pleno atendimento à legislação vigente para o atendimento ao serviço que é prática comum em várias cidades brasileiras, bem como reforça seu compromisso com a preservação ambiental e as legislações em âmbito nacional, estadual e municipal em toda a sua cadeia de coleta, tratamento e destinação do esgoto.
Da Redação