A parlamentar foi presa no dia 3 de abril durante a Operação Escudo Eleitoral
A Polícia Federal do Piauí indiciou a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) pelos crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato-desvio popularmente conhecido como “rachadinha”. A parlamentar foi presa no dia 3 de abril durante a Operação Escudo Eleitoral.
Além da parlamentar, também foram indiciados o namorado dela, Alandilson Cardoso Passos, preso em Minas Gerais, e seu padrasto, Stênio Ferreira Santos. O inquérito é conduzido pelo delegado da PF Daniel Alves.
Crimes atribuídos aos envolvidos
Tatiana Medeiros responderá por:
•Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º)
•Corrupção Eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral)
•Falsidade Ideológica Eleitoral (art. 350 do Código Eleitoral)
•Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998, art. 1º)
•Apropriação Indébita (art. 168 do Código Penal)
•Peculato-desvio – “rachadinha” (art. 312 do Código Penal)
Alandilson Cardoso Passos responderá por:
•Organização Criminosa
•Corrupção Eleitoral
•Lavagem de Dinheiro
•Usura (art. 4º do Decreto-Lei nº 1.521/1951)
•Violação do Sigilo do Voto (art. 312 do Código Eleitoral)
Stênio Ferreira Santos responderá por:
•Organização Criminosa
•Corrupção Eleitoral
•Lavagem de Dinheiro
•Usura
•Apropriação Indébita
•Peculato-desvio – “rachadinha”
•Violação do Sigilo do Voto
Segundo a investigação, Stênio Ferreira Santos era o intermediador de Tatiana em pagamentos ilegais relacionados à compra de votos e à lavagem de dinheiro por meio do Instituto Vamos Juntos, fundado pela própria vereadora.
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na sede da ONG, a PF encontrou documentos com listas de eleitores e um arquivo intitulado “Relatório Votos Válidos”, que indicava pagamentos feitos por Pix a lideranças comunitárias e eleitores. Aparelhos eletrônicos de Tatiana também foram apreendidos, e dados previamente apagados foram recuperados. A Justiça determinou a suspensão imediata das atividades do instituto.
A PF identificou que a vereadora, o namorado e o padrasto atuavam em conjunto, com o apoio de Maria Odélia Medeiros, mãe de Tatiana, para financiar e operacionalizar o esquema criminoso. A compra de votos teria sido feita no valor de R$ 100 por eleitor, com transferências diretas via Pix.
Em um dos áudios obtidos durante as investigações, Alandilson Cardoso afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha de Tatiana e sugere que uma facção criminosa teria representação dentro da Câmara Municipal.
Na última segunda-feira (14), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) manteve a prisão preventiva da parlamentar, alegando gravidade dos crimes e risco à ordem pública. O caso segue sob investigação da Polícia Federal.