Caminhoneiro que trazia carga para Altos (PI) e desapareceu é preso por forjar sequestro

Um caminhoneiro que dirigia uma carreta com carga de leite em pó avaliada em R$ 700 mil, que foi encontrada abandonada no início deste mês em Corrente (PI), e a proprietária do veículo foram presos por desviarem o carregamento, na manhã desta quinta-feira (15), em Ribeirão Preto (SP) e Goiânia (GO). Um homem suspeito de participar do crime continua foragido. A carga ainda não foi recuperada.

Os mandados de prisão preventiva foram solicitados pela Delegacia de Corrente e cumpridos durante a Operação Forger, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, de Goiás e de São Paulo, que contaram com o apoio da Delegacia de Floresta do Araguaia (PA).

Segundo o delegado titular de Corrente, Diogo Noronha, pelo menos quatro pessoas participaram do crime: o motorista do caminhão, a dona do veículo e da transportadora responsável, e dois homens que teriam dado apoio logístico já no Pará.

SEQUESTRO FORJADO 

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A carga saiu do estado de São Paulo com destino à cidade de Altos, no Piauí, cerca de 40 km de Teresina. A intenção do grupo era desviar apenas a carga levada pelo caminhão.

A dona da transportadora menor i subcontratada pela transportadora maior da empresa produtora da carga, fez Boletim de Ocorrência (BO) em Corrente por roubo de carga e sequestro do motorista do caminhão.

O desvio da carga aconteceu ainda no Piauí. O caminhão foi encontrado abandonado em Corrente em três de fevereiro, e assim foi recuperado pela dona, que participou do crime. Após isso, ela registrou um boletim de ocorrência na delegacia da cidade por roubo de carga e sequestro do motorista.

A partir daí, o caminhoneiro foi considerado desaparecido. A Polícia chegou a divulgar a foto dele (acima) e números de telefone para receber informações sobre seu paradeiro.

Dias depois, o caminhoneiro apareceu na cidade de Floresta do Araguaia, a 978 quilômetros de Corrente. Ele foi até a delegacia da cidade e registrou um boletim de ocorrência afirmando que havia sido sequestrado e levado amarrado dentro de um furgão.

Durante as investigações, os policiais descobriram que, na verdade, não houve sequestro: o motorista teria retirado a carga do caminhão com a ajuda de dois homens. Esses dois homens fugiram com a carga que até o momento não foi localizada.

Em seguida, o motorista foi levado em um carro de passeio para Floresta do Araguaia, para fazer o registro do falso de sequestro na delegacia da cidade.

“O motorista registrou um Boletim de Ocorrência e afirmou que tinha sido sequestrado por pessoas num furgão, as quais teriam subtraído a carga e levado o homem amarrado até a cidade de Floresta do Araguaia. No decorrer das investigações, ficou comprovado que se tratava de uma trama realizada pelos autores”, explicou.
Depois que os policiais descobriram a trama forjada para furtar a carga, solicitaram à Justiça e receberam as ordens de prisão para três dos quatro envolvidos. Nesta quinta-feira (15), o motorista do caminhão foi preso em Ribeirão Preto (SP) e a dona do caminhão foi presa em Goiânia (GO).

O dois homens que ajudaram na retirada da carga estão sendo procurados, um deles foi identificado e é considerado foragido. O outro ainda não foi identificado.

Além da prisão preventiva, o caminhoneiro também foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Já a dona do veículo não teria participado ativamente do crime, mas teria tentado atrapalhar as investigações.

“A proprietária da carreta omitiu informações e sonegou provas, como o rastreio do caminhão, a fim de dificultar as investigações e concluir o transporte da carga até os receptadores”, acrescentou o delegado.

Os policiais buscam ainda descobrir quem são as pessoas que receberam a carga furtada e que podem ser presas pelo crime de receptação. As investigações continuam.

Ainda segundo o delegado Diego, as vítimas do grupo são a empresa proprietária da carga, a seguradora dessa empresa, a transportadora maior que subcontratou o transporte da carga, e o estado.

Os investigados podem responder por furto qualificado com abuso de confiança, organização criminosa, fraude processual e comunicação de falso crime.

Fonte: G1

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