Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, encontrou um tipo de molécula que pode combater o câncer e auxiliar no tratamento da doença.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, uma das mais renomadas do mundo. “Sabemos que a revista tem extremo rigor quanto à qualidade dos trabalhos que são publicados nela. Sendo assim, fico feliz por saber que o trabalho atingiu esse padrão”, disse o aluno de doutorado Pedro Henrique Alves Machado.
Pedro contou com a colaboração do Instituto de Química e do Instituto de Biotecnologia da universidade para descobrir a molécula. Ela está localizada em um complexo do elemento cobre, funciona de forma seletiva contra células cancerígenas, tem capacidade de divisão do DNA e propriedades capazes de causar morte celular no tumor.
Por atuar de forma seletiva, a molécula pode atacar mais as partes tumorais do que as saudáveis, diminuindo os efeitos colaterais durante o tratamento e aumentando as chances de cura do paciente.
Nessa primeira fase no laboratório, foram feitos testes em células tumorais de humanos e camundongos, em cultura.
Próximo passo
Com o sucesso da primeira fase do estudo, Pedro, sob a orientação dos professores Robson José de Oliveira Júnior e Wendell Guerra, vai desenvolver um mecanismo conhecido como “drug delivery”, em que a molécula descoberta será colocada dentro de ‘nanocápsulas’.
Nesse processo, anticorpos reconhecem padrões que as células tumorais exibem em sua superfície. A partir daí, com o anticorpo acoplado na nanoestrutura, o medicamento pode ser liberado diretamente nas células tumorais, sem afetar tão agressivamente as demais células.
“Estudaremos se a ação dele e seletividade será melhorada e, caso as nanocápsulas não forem tóxicas e aumentarem a toxicidade direcionada somente às células tumorais, a fase pode durar cerca de dois anos”, explicou Pedro.
Cobre contra o câncer
A quimioterapia é uma das abordagens terapêuticas mais comuns para o tratamento de câncer e utiliza medicamentos com metais, como a platina.
O problema da platina é que, por ser um elemento inexistente no corpo humano, os pacientes têm efeitos colaterais, como enjoo, náuseas, dor de cabeça, indisposição e perda de apetite.
Para reduzir esses danos, a comunidade científica está focada em encontrar novos materiais para incluir nos compostos de quimioterapia. Com a descoberta dos pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia, já sabemos que um dos mais promissores é o cobre.
Fonte: UFU
