Fiocruz alerta para risco em retomada de eventos com a cobertura vacinal abaixo dos 80%

Hoje, apenas 55% da população total do país está imunizada, patamar é considerado distante do ideal

O último Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado recentemente aponta preocupação na retomada de eventos sociais com aglomeração no atual momento da pandemia. 

Na avaliação dos pesquisadores da instituição, para que ocorra uma liberação segura, o patamar de população total vacinada deve ser de 80%. Atualmente, o índice está em 55%.

“A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltam os pesquisadores, que alertam ainda para o surto de covid-19 que tem ocorrido em países no Leste Europeu e nos Estados Unidos em condições de baixa cobertura vacinal.

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Segundo os especialistas do Observatório, é fundamental que a campanha de vacinação foque em crianças e adolescentes, principalmente no último grupo pela alta circulação social que realizam.

“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmam os cientistas.

Covid em números

Segundo a Fiocruz, o cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Ao longo da Semana Epidemiológica (SE) 43, compreendida entre os dias 24 e 30 de outubro, foram notificados 11.500 casos e 320 óbitos diários, em média.

O boletim ressalta que embora o registro de casos e de óbitos por covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa.

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Quanto à ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das Unidades da Federação.

O único estado na zona de alerta intermediário é o Espírito Santo (67%). Com exceção dos estados onde não ocorreu a retirada de leitos destinados à covid-19, registraram-se, entre os dias 25 de outubro e 01 de novembro, aumentos mais expressivos no indicador no Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%). O estado do Rio de Janeiro teve uma redução de 1614 para 1522 leitos destinados à covid-19. 

Recomendações

Para que as atividades laborais, escolares, sociais, culturais e de lazer sejam retomadas de forma mais segura, os cientistas recomendam a exigência de passaporte vacinal em locais públicos fechados, o uso de máscaras em locais fechados e locais abertos com aglomeração e distanciamento físico e higiene constante das mãos. Segundo os pesquisadores, essas estratégias associadas à vacinação da população, potencializam a redução do risco de  transmissão da covid-19.

Os especialistas também chamam a atenção para a necessidade de adequação de espaços de convívio, no sentido de garantir uma melhor ventilação natural e, quando possível, promover a instalação de filtros nos ambientes.
 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister

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