Motoristas e cobradores do transporte público de Teresina realizaram uma paralisação no Centro de Teresina, nesta terça-feira (5). O movimento que iniciou por volta de 7h30 durou cerca de duas horas, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Ajuri Dias.
Os ônibus ficaram parados na rua Areolino de Abreu que dá acesso à Praça da Bandeira. A categoria cobra melhoria salarial e, principalmente, a realização de uma convenção coletiva de trabalho.
A convenção coletiva é como um acordo feito entre os colaboradores e as empresários. Esse acordo é feito em uma reunião que deve ocorrer uma vez ao ano, e não pode ultrapassar o período de dois anos entre elas, mas conforme Ajuri Dias, eles estão há dois anos sem convenção.
“A sociedade vê os vereadores e empresários discutindo o sistema de transporte de Teresina e pensa que os trabalhadores estão incluídos neste debate, mas não estamos. Hoje, estamos vivendo com o pagamento de diária, mesmo sendo trabalhadores com carteiras assinadas. A diária do motorista varia de R$ 50 a R$ 70 e o cobrador R$ 30 a R$ 40.As empresas estão há sete meses sem pagar os salários dos funcionários. A gente precisa de um dignidade.”, lamentou.
Segundo o presidente, a paralisação foi pacifica e teve como objetivo apenas de chamar a atenção para a situação que a categoria está passando. “Cerca de 30% dos ônibus circularam e restante ficou parado, além disso, uma parte do consorcio aderiu ao movimento, pois a outra continuou circulando”, pontou Ajuri Dias.
Segundo dados da entidade, cerca de 70% dos trabalhadores do setor foram demitidos desde o início desta grave crise no sistema de transporte público, que já dura nove meses.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) se manifestou sobre a paralisação por meio de nota:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) reitera que o sistema de transporte em todo o país vem enfrentando grandes dificuldades desde o início da pandemia de Covid-19 e em Teresina as empresas do setor não têm conseguido manter suas obrigações trabalhistas, devido às dificuldades financeiras e queda de arrecadação das empresas no sistema.
O Setut informa ainda que o sistema não tem se sustentado com o arrecadado, e que a falta de aporte financeiro pela Prefeitura de Teresina, conforme firmado legalmente em contrato, tem provocado fortes impactos no setor e desequilíbrio para funcionamento do transporte público. Mantém-se em diálogos com o Ente Municipal, buscando soluções, e esclarecendo que com o fim da medida provisória que susbidiava as folhas de pagamento, mais difícil ainda se encontra a situação atual.
