Nasce uma mãe, nasce uma culpa…

Quem nunca ouviu essa expressão? E ela não é apenas um clichê de mãe, é uma verdade que rasga a alma. Todas as noites a maioria das mães vai parar um pouco e pensar: “Será que essa decisão foi a melhor pro meu filho?”. Na vida adulta precisamos tomar muitas decisões que vão nos direcionar pra vida que queremos levar pelos próximos anos. Mas na vida de uma mãe e de um pai as decisões tomadas interferem, diretamente, na vida de uma outra pessoa, e não apenas de qualquer pessoa, mas de uma das pessoas que mais amamos no mundo. Além disso, as nossas decisões também vão orquestrar o posicionamento dos nossos filhos como adultos no futuro. A bigorna da culpa pula no nosso colo e nos afrouxa. É um peso que nos arrasta por horas e horas do dia, ou da vida, e até os últimos dias.

Mas espera um pouco. Eu cheguei com a culpa e vou te deixar com ela? Assim? Só pra lembrar o quanto somos imperfeitos? É exatamente por causa dessa culpa aterrorizante que o Amor precisa ser lembrado. Olhemos com compaixão para nós mesmos, olhemos com apreço pelo que aprendemos nesse caminho. A maioria de nós sabe que esse Amor cuidador é fruto de algo pro criativo, mas não entende que é exatamente por isso que somos cuidadores de vidas. Não é apenas uma responsabilidade, é fruto de um dom e Obra de um propósito que nos auxilia também a crescermos. Tomar decisões importantes todos precisamos tomar, mas nem todos estamos prontos para nos responsabilizar pelas decisões importantes na vida de quem amamos. É aí que entra o propósito. Sabe aquela mãe que se derrete pela maternidade e ama explanar isso nas redes sociais? Ela se doa de tal modo que tudo dentro de si se modifica profundamente, também, e suas experiências a tornam absolutamente capaz.

Eu vou ser menos filosófica e mais assertiva, não sou psicóloga, nem psiquiatra, eu vivo e penso sobre as ocorrências da vida e sobre as muitas vezes que precisei decidir sendo mãe de muitos(agora somamos 4 no total, estou grávida). Você e eu NÃO SOMOS PERFEITAS, pois é, a sua decisão pode não ser a melhor, e nem a mais acertada, a verdade nua e crua não mente. Não adianta se sentir culpada pela decisão tomada, não adianta ter medo de fazer o que precisa ser feito, ou de estudar incessantemente sobre os métodos eficientes de educação, a Escola da vida materna são sobre erros e acertos e sobre saber que você é humana. A melhor parte de fazer as pazes com a sua humanidade e deixar de lado a ‘heroína materna que dá conta de tudo e mesmo assim vive esgotada’ é que: Você finalmente viverá em Paz e saberá dar leveza aos fatos e ocorrências. Logo os seus filhos também saberão que são humanos e não vão querer dar uma de perfeitos e invencíveis para o mundo, sofrendo terrivelmente com tudo.

Existe uma nuvem que cobre e obscurece a maternidade e somente a chuva e os dias difíceis são capazes de te revelar o sol que existe e brilha feliz e saltitante: A nuvem é a culpa e o Sol é o Perdoar-se.

E mesmo que eu te fale sobre tudo isso, ainda assim, você em algum momento se deparará com a culpa, e é por ela que estou aqui. Os textos e reflexões surgem das nossas dificuldades ou pensamentos persistentes em alguma coisa. Há alguns dias atrás tive uma conversa bem honesta com meus filhos sobre a minha maternidade, estou saindo agora do primeiro trimestre e uma indisposição e enjoos tomaram conta de mim pelos 90 dias que se passaram. Óbvio que minha maternidade ficou debilitada e totalmente afrouxada, somos humanas, lembra? E a bigorna da culpa se assentou sobre mim, me paralisou por dias, me fez chorar em outros e eu resolvi me perdoar por tudo. Foi quando surgiu uma conversa madura entre eu, e meus 3 filhos, um de 8 anos, outra de 5 e a mais nova(por enquanto) de 2 anos. Falei sobre minhas dificuldades, sobre os meus medos, chorei, pedi perdão para cada um deles e os abracei, choramos os 4(mais nova não entendeu tudo, mas choramingou também pra participar). Foi uma cena dramática e divertida, e que me aliviou bastante. Eles falaram inclusive coisas que os incomodavam. Foi muito produtiva nossa conversa, falei que ia me esforçar e melhorar e fizemos as pazes e compromissos.

Continuo buscando a melhor forma de ser mãe dentro de quem eu sou, essa sou eu, que se expressa melhor quando fala e escreve e que precisa dar nome ao que sente para validar o que precisa ser feito. Entendo que se eu não der nome aos perigos que me atormentam, não sou capaz de dar passos acertados. Então, prefiro chamar a “culpa da maternidade” de: OCIOSA LOUCURA DA PERFEIÇÃO MATERNA. E assim, seguimos entre a leveza e a bigorna da responsabilidade de decidir e amar, de educar e ser educada, de nunca se perder pelo medo de não ser a MELHOR. Sabe por que? No fundo, o que nossos filhos vão guardar no coração é o esforço cotidiano de amar alguém de uma forma tão sobrenatural. Vale lembrar, que ser mãe é ser chata e dispensável, mas essa é uma conversa pras próximas postagens.

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