Polícia indicia suspeito de matar namorada após perícia descartar tiro acidental

Dilberto Vieira, namorado da vítima, foi indiciado por feminicídio, fraude processual, tráfico de drogas e posse ilegal de arma

O Núcleo de Feminicídio do DHPP concluiu, na quarta-feira (24) o inquérito sobre a morte de Maria Luiza da Silva Oliveira, de 19 anos, que foi assassinada com um tiro no olho em 15 de julho. Dilberto Vieira, namorado da vítima, foi indiciado por feminicídio, fraude processual, tráfico de drogas e posse ilegal de arma.

De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, responsável pela investigação, a versão apresentada pelo o suspeito de que o disparo foi acidental, enquanto tentava retirar a arma das mãos da vítima, foi descartada pela perícia.

“Foi uma situação que inicialmente foi apresentada pelo autor como um acidente, quando ele foi interrogado e relatou que a vítima teria tentado se matar com um revólver que ele tinha em casa, um revólver Calibre 38, e na tentativa de tirar a arma da vítima, o disparo foi realizado de forma acidental. Nós precisávamos de provas técnicas para afastar ou realmente atestar essa tese vinda pelo autor. E essa prova técnica veio através de um laudo pericial complementar, no qual o médico legista atestou que o tiro foi realizado a longa distância, até porque não tinha no corpo da vítima os efeitos secundários de um disparo de armas de fogo. E também, ele apontou a questão de que se tivesse sido realizado o disparo na forma que o autor relatou, teria, por exemplo, chamuscamento na região do supercílio, até porque o disparo foi na região dos olhos da vítima e esse efeito não tinha” afirmou a delegada

 whatsapp image 2024 07 25 at 18 03 28 1721941524

Nathália Figueiredo (Foto: Reprodução)

 

Além do indiciamento por feminicídio, a acusação inclui três qualificadoras: homicídio por motivo torpe, pois a relação era marcada por abuso e ciúmes extremos, e tentativa de fraude processual, por tentar mascarar o crime como um possível suicídio. O motivo torpe está relacionado à natureza cruel e manipulativa da relação, evidenciada pelos relatos de testemunhas

O suspeito também enfrenta acusações de tráfico de drogas, com evidências encontradas no local do crime, como balanças de precisão e substâncias ilícitas. A posse ilegal de arma foi igualmente considerada, apesar de a arma não ter sido localizada, pois Vieira admitiu a posse de um revólver como forma de proteção.

O suspeito permanece preso e está à disposição da Justiça.

Deixe um comentário

Veja também...