Professor constrói carrinho especial para ajudar alunos cegos a explorar o mundo sem medo

Ser professor de educação especial não é apenas um título para Cikgu Azam, mas uma prova viva de sua paixão por ajudar os outros.

Anos atrás, antes de descobrir sua vocação, Cikgu formou-se em ciências florestais pela Universidade Putra, na Malásia, um pequeno país do sudeste asiático. Nesse meio-tempo, trabalhava como técnico em informática.

A faculdade e o trabalho não agradavam o rapaz, que começou a se aventurar em uma atividade que antes via apenas como um passatempo: dar aulas para crianças em idade escolar.

Em 2007, esse “passatempo” o levou a desenvolver atividades para crianças com deficiência (física, motora e intelectual). Como Cikgu não estava familiarizado com as necessidades desses alunos, ele reservou um tempo para se educar por meio de livros e seminários.

Foi em um desses encontros que o aspirante a professor conheceu um aluno com paralisia cerebral que estava tendo problemas para participar de uma gincana: ele não conseguia coletar pedras em um rio como as outras crianças.

Naquele momento, Cikgu se lembrou de ter aprendido sobre terapia com água e decidiu fazer com que o menino mantivesse as mãos na água.

“Depois de alguns minutos, a rigidez em suas mãos começou a diminuir e comigo as guiando, ele foi capaz de coletar algumas pedras do rio”, disse ele. “Enquanto eu o estava ajudando, pude ouvir as lágrimas de alegria vindo de seus pais que também estavam lá conosco.”

Foi em um desses encontros que o aspirante a professor conheceu um aluno com paralisia cerebral que estava tendo problemas para participar de uma gincana: ele não conseguia coletar pedras em um rio como as outras crianças.

Naquele momento, Cikgu se lembrou de ter aprendido sobre terapia com água e decidiu fazer com que o menino mantivesse as mãos na água.

“Depois de alguns minutos, a rigidez em suas mãos começou a diminuir e comigo as guiando, ele foi capaz de coletar algumas pedras do rio”, disse ele. “Enquanto eu o estava ajudando, pude ouvir as lágrimas de alegria vindo de seus pais que também estavam lá conosco.”

Dois anos depois, em 2009, ele estava pronto para se tornar um professor preparado a rotina em sala de aula, além de treinado para capacitar alunos com autismo e transtorno hiperativo.

Ao chegar à escola, Cikgu ficou surpreso ao descobrir que também ensinaria alunos com deficiência visual e cegos. Isso tornou seu primeiro ano um desafio, mas assim como havia feito antes, o professor gastou o tempo que precisava para se educar sobre o que melhor ajudaria seus alunos.

Quando começou a interagir com os estudantes, percebeu que muitos deles não reconheciam seu próprio potencial.

“É decepcionante ver que são crianças inteligentes, mas estão tão acostumadas com seu ambiente fechado que não se abrem para conhecer o mundo exterior. Mesmo sendo deficientes visuais ou cegos, eles merecem explorar o mundo exterior”, disse. “Portanto, o desafio para mim é devolver a confiança a eles e, por meio de atividades e interações externas, ajudá-los a recuperar a confiança.”

Cikgu faz isso incentivando seus alunos a correr, sempre com as mãos em seus ombros, para guiá-los. Uma de suas alunas, Nur Yusrina Alisya, não só adora correr, mas também se tornou uma estrela na escola, ganhando diversos prêmios e troféus em eventos esportivos locais.

O professor adora dar a seus alunos a liberdade de correr, mas conforme ele fica mais velho, fica difícil acompanhá-los. Felizmente, um aluno deu a ele a inspiração exata de que ele precisava!

“Bem, um dia, durante o treinamento, vi um dos alunos empurrando um carrinho dobrável e de repente a ideia me veio à mente. Pedi a Alisya para fazer um teste com o carrinho e ele funcionava apesar de sua falta de flexibilidade, uma vez que ele não pode girar.”

Desde então, Cikgu transformou a ideia de criar um dispositivo acessível para os alunos cegos em missão. Com alguns tubos de PVC e conectores de junta reciclados, ele construiu seu primeiro protótipo: o Caballus RAFVI. Os vídeos que ele compartilhou de seus alunos usando-o rapidamente se tornaram virais na internet.

“A razão pela qual escolhi o nome de um cavalo (Caballus) é porque, durante a primeira guerra mundial, os cavalos eram o principal meio de transporte dos militares”, explicou. “No entanto, a maioria dos cavalos são cegos ou deficientes visuais como resultado da guerra, mas os militares ainda usam esses cavalos, pois ainda podem comandá-los e guiá-los”.

Apesar da pandemia ter desacelerado seus esforços de inclusão para com os alunos, Cikgu está fazendo tudo o que pode para ajudá-los a perseverar neste caminho.

“Todos os meus alunos são muito especiais para mim e alguns deles também fazem parte da equipe esportiva da escola. Eles precisam de um aparelho que os ajude para que possam participar de atividades esportivas ”, disse. “Este dispositivo é capaz de atender a essa necessidade e definitivamente ajuda a aumentar a confiança deles”.

Que trabalho incrível, Cikgu! Ser professor é muito mais do que uma profissão, mas uma paixão em ajudar o próximo.

 

Fonte – Razoes para acreditar

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