Quando eu fiz o primeiro teste de gravidez, eu não acreditei!

Namoramos 3 meses...


Aos meus 25 anos, formada, cursando pós-graduação, e mais um curso superior, em ascensão no trabalho e na carreira eu li o meu primeiro teste positivo. Uma jovem normal, como qualquer outra, crescendo numa família comum. Eu vou dividir com vocês as minhas experiências e processos ao longo dos meus anos de maternidade. Me chamo Mariana Karene, hoje tenho 33 anos, tenho 3 filhos, um de 7, uma de 5 e outra de 1 ano e 7 meses. Sou casada há 8 anos e moro em Juiz de Fora, Minas Gerais, mas sou Piauiense e Teresinense, criada e formada nessa terra calorosa.

Eu costumo dizer que ser mãe é um jogo de videogame da vida real, cada fase os desafios se tornam maiores, nos exigem novas habilidades e os avanços também vão se tornando diferentes. Eu não fui mãe da forma tradicional, namorei 3 meses com meu marido, fiz um teste de gravidez e SIM, deu positivo. Ali, minha vida foi profundamente modificada! Eu NUNCA mais fui a mesma! Ainda bem. O maior de todos os meus desafios, não era apenas a gestação ou a criança, mas me preocupei de fato em dar aquela criança uma vida digna, uma vida com estrutura familiar, mesmo sendo tão precoce aquela relação.

Eu era uma repórter de TV, todos os dias a minha imagem estava diante da câmera, meu corpo, meu rosto, minhas roupas, tudo eram importantes pra aparecer! Meu corpo começou a sofrer as mudanças da gestação, eu comecei a ter muitos enjoos, tudo o que parecia desafiador ficava ainda maior, porque eu, tecnicamente, ainda estava preparando para receber essa criança externamente. Imagino a realidade de tantas mulheres que sofrem a solidão da maternidade desde o primeiro dia, era exatamente assim que eu me sentia, SOZINHA! Só não estava mais sozinha porque tenho fé em Deus e acreditava que tudo iria ser da melhor forma possível!

Em Junho de 2013, eu fiz aquele teste de gravidez, logo depois conversei com meus pais, resolvemos morar juntos e preparar um casamento(a festa em 2 meses – haha) antes da criança nascer. Que loucura, eu penso hoje, casar, com alguém que não conheço bem, já com uma criança no ventre que traz mais desafios ainda. Mas foi exatamente assim que as coisas aconteceram. Um dia após o outro, entre vômitos e desmaios, infecção urinária, palavras que vinham como uma flecha e me feriam profundamente. Na gestação tudo fica maior, mais doloroso, são muitos hormônios, muito consumo do nosso corpo, um corpo gerando outro corpo, cada detalhe, cada membro, cada órgão, uma mãe que gera uma vida também gera uma força que ninguém saberia explicar de onde vem. A Força da coparticipação da geração de uma Vida!

Aos poucos, a vida foi se encaixando, lembro quando montamos o carrinho de bebê, estávamos nós dois, no quarto em que ficaria a criança, abrindo os presentes do chá de bebê, já tinha acontecido o casamento, já tínhamos feito uma viagem de lua de mel e a barriga avançava. Eu olhei pra ele, meu esposo, e meus olhos encheram de lágrimas, a ficha caiu: Vamos ter um bebê! Eu não estou pronta, eu pensei em meio aquela emoção tão forte! Mas não tem como desistir, eu precisava avançar, mesmo sem estar pronta, mesmo com medo! Confesso que não passava pela minha cabeça nenhum desafio que viria enfrentar, eu não conseguia equalizar. Pra mim o que sentia mais latente era apenas: Eu já cheguei até aqui, eu caminhei tanto!

Há 8 anos não se falava tanto que os seios rachavam, que o parto era uma loucura, que o corpo ficava todo flácido, que a vida virava de cabeça pra baixo, só ouvia que eu não ia mais dormir o quanto queria. Quem dera a maternidade fosse só privação de sono! Sinto até vontade de rir, de todas as loucuras de emoções, e parto e pós parto e puerpério, perder o sono é bem menor. Desculpem as discordâncias, mas pra mim que ama dormir, depois do terceiro filho falta de sono é bem insano porque é preciso dar atenção aos outros filhos, mas o que é perder sono, dar atenção aos filhos nas folgas no meio de uma pandemia e com aulas on-line? Eu rio novamente de nervoso!

Chegamos até aqui, você não está sozinha, sei que o medo, a falta de experiência e os desafios parecem gigantes, mas a vida é um dia de cada vez, cada fase tem os desafios que devem ser enfrentados naquele momento. Por mais que você se prepare, estude, organize, programe e visualize tudo, a maternidade é saber que não estamos no controle, não é sobre atingir as notas máximas, ou sobre fazer o melhor método. A maternidade é sobre vencer o egoísmo enraizado em nós, o casamento é sobre vencer o egoísmo que há em nós e eu percebi o quanto sou egoísta e o quanto achei que seria capaz de controlar as coisas. E como é bom sair de si, como é bom se doar por inteiro mesmo sangrando, mesmo rompendo suas dores, rompendo seus egoísmos. Sabemos que entre as dores, o Amor nasce e fica cada dia maior e mais profundo, um Amor genuíno!

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