Veja o que disseram testemunhas no júri de ex-capitão da PM acusado de matar Camila Abreu

O ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allison Wattson da Silva Nascimento, acusado de matar e ocultar o corpo da namorada Camilla Pereira de Abreu, acontece nesta sexta-feira (24).

O julgamento acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri no Fórum Civil e Criminal. A juíza Rita de Cássia da Silva comanda o julgamento. O crime aconteceu em outubro de 2017.

Allison Wattson é acusado de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.

O advogado de defesa Francisco de Assis falou com a imprensa antes da audiência e afirmou que trabalha para que o acusado seja inocentado, já que que o disparo que matou Camilla foi acidental

“Um disparo acidental que culminou, infelizmente, na morte da vítima. Não houve intenção. A própria perícia descreve isso”, declarou.

DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS

Amiga de Camila

O julgamento iniciou com depoimento da última pessoa a ter contato com Camila Abreu, Luana Regina era amiga da vítima e estava com a jovem e o ex-capitao em um bar, antes do desaparecimento.

Bastante emocionada, Luana  falou como era o relacionamento do casal. Segundo ela, o início do namoro era saudável, mas passou a ser muito abusivo, psicologicamente e fisicamente. 

Antes do depoimento da testemunha, o advogado de Allisson Wattson, Franciso da Silva pediu que Luana Regina não fosse ouvida alegando que ela tinha “amizade íntima” com a vítima. Mas, o pedido foi indeferido pela juíza, mesmo assim, o advogado tentou relacionar uma ‘amizade colorida’ entre os dois ao questiona-la, diversas vezes, sobre ligações e troca de mensagens.

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Ex-capitão acusado de matar Camila Abreu

Lavadores de carro

A segunda testemunhas ouvida foi o lavador de carro Marcelo da Silva Barroso. Antes de iniciar o depoimento, o trabalhador disse que tinha medo de prestar depoimento na presença do acusado e o ex-capitão foi retirado do recinto.  

Marcelo da Silva contou que Allison Wattson chegou em seu ponto de lavagem com o carro muito sujo de sangue e sem o encosto do banco. Ele disse que fez uma lavagem no veículo, recebeu R$40 pelo serviço e lhe orientou a procurar o posto localizado do outro lado da rua para fazer uma nova lavagem e, assim retirar todas as manchas de sangue.

O lavador contou que perguntou ao ex-capitao porque havia tanto sangue no carro e o acusado afirmou que socorrido duas vítimas na estrada, que ficaram feridas.

Jaldo Viana é dono de um posto de lavagem e trabalha no setor administrativo da Secretaria de Segurança do Estado. O homem relatou que não estava no local, quando Alisson deixou o carro para ser lavado, mas ao chegar seus funcionários relataram ser estranho a quantidade de sangue que havia dentro do carro e a urgência dele em receber o veiculo limpo.

Segundo Jaldo Viana, o acusado apresentou aos funcionários a mesma justificativa dita a Marcelo da Silva. Os funcionários do posto também estranho a ausência de marcas de colisão no veículo, no entanto, o veiculo foi lavado e as manchas de sangue que no teto, nos bancos do passageiro e motorista e no carpete do veículo foram retirdas. Ele disse que não lembrava o valor exato do pagamento do serviço, mas afirmou que variava entre R$ 180 e R$ 200.

O dono do posto contou ainda que ao tomar conhecimento do desaparecimento de Camila Abreu e do suposto envolvimento do ex-namorado, associou as informações e informou para seu chefe que um  um policial militar que havia lavado um carro semelhante ao do acusado, com muitas marcas de sangue em seu posto.

“Contei ao major, que logo informou ao secretário de segurança e ao delegado Barreta. Depois ele foi preso”, disse.  

Compra de peça de carro

Jones Castelo Branco é dono de uma loja de peças de carro e foi ouvido porque segundo ele, o ex-capitão comprou em sua loja um banco de couro novo, pois o carro estava sem o banco do passageiro. Ele teria pago R$ 200 pela peça.

Após estes depoimento, a juíza concedeu uma pausa para o almoço.

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