Decorrido um ano após os atos de 8 de janeiro, a extrema direita, enquanto movimento político, continua organizada, bastante ativa e com uma forte comunicação, na opinião do professor de Relações Internacionais da ESPM, Fabio Andrade. “A extrema direita possui muita representação nas instituições democráticas e em diversos órgãos executivos brasileiros. Ocupam postos nos poderes executivos estaduais e municipais, mas principalmente, nos legislativos, seja federal, estadual e municipal”, diz. Porém, segundo o professor, sua popularidade será testada nas próximas eleições municipais.

Os grupos extremistas continuam fortalecidos, apesar dos limites impostos pela justiça brasileira após o 8 de janeiro. “Ainda que existam alguns questionamentos, que são comuns em processos mais massivos, o Supremo mostrou que é um órgão capaz de impor limites a ímpetos desses grupos questionadores das instituições”, diz Andrade. Tais grupos ainda se inspiram em um imaginário do ex-presidente Jair Bolsonaro, na ausência de uma figura que ocupe o seu lugar. “O fato é que, atualmente, não tem alguém que ocupe esse ponto da popularidade. Mesmo que inelegível por oito anos, Bolsonaro não é carta fora do baralho. É o segundo político com fortíssimo apelo popular no Brasil.”


Provavelmente, Bolsonaro não terá uma nova disputa com Luiz Inácio Lula da Silva, outro político com grande popularidade. “Bolsonaro deve ficar em silêncio por um tempo, mas é uma figura que deve voltar forte no cenário mais breve possível, que seria 2030”, finaliza.

Fonte: Fabio Andrade – professor de Relações Internacionais da ESPM
*fotos: Agência Brasil